GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA: ESTUDO SOCIAL DE MÃES DE CRIANÇAS COM FISSURA LABIOPALATINA

Resumo

Esse estudo tem como objetivo caracterizar e avaliar os aspectos sociais e familiares de mães adolescentes de crianças em tratamento no HRAC, desvelando as diferentes formas de vivenciar a maternidade precoce. Trata-se de uma pesquisa exploratória e descritiva, com abordagem quanti-qualitativa desenvolvida mediante entrevista. O universo da pesquisa é constituído de cento e oitenta e sete mães adolescentes, de pacientes em tratamento no HRAC, com idade atual de até seis anos. A amostra é de quarenta mães que concordaram em participar do estudo, no período de novembro de 2010 a julho de 2011. Os principais resultados permitiram traçar o perfil socioeconômico, demográfico e clínico dos sujeitos: pacientes do sexo masculino, com fissura labiopalatina e de classe com baixo índice de intercorrência de saúde. As mães encontraram dificuldades quanto a percepção da gravidez, enfrentamentos e reflexos na vida pessoal e profissional fazendo com que a responsabilidade pela educação dos filhos fosse assumida em conjunto com o pai da criança. As reações e formas de enfrentamento diante da gravidez e do nascimento da criança com fissura labiopalatina e seus reflexos na atualidade apontam para um sonho concretizado, envolta de medo e preconceito da sociedade e aceitação. Os pais e/ou responsáveis aceitaram e resistiram ao mesmo tempo. Os sentimentos e/ou comportamentos vivenciados na gravidez se mesclam entre os positivos como os negativos, de um lado a coragem, alegria, aceitação e realização e do outro, o medo, tristeza, revolta e a preocupação. Conclui-se que há existência de conflitos vivenciados pelas adolescentes com a descoberta da gravidez, porém superados mediante enfrentamento da situação com apoio da família ou companheiro. As implicações sociais inerentes da gravidez na adolescência aumentam com a chegada da criança com fissura labiopalatina, situação, porém, como foi visto passíveis de superação.